Entre as novidades, a programação do XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica trouxe pela primeira vez ao seu público um curso de cirurgia robótica para debater seu uso em pacientes com obesidade.

As palestras e debates avaliaram a usabilidade do uso do robô e seus resultados cirúrgicos em pacientes superobesos, em casos especiais e quando há recidiva da obesidade.

Para o presidente da sessão, Alexandre Amado Elias, a evolução para a cirurgia robótica é um caminho natural na medicina.

“Hoje, sabemos da experiência que temos com a laparoscopia e, depois de um tempo com a plataforma [robótica], na minha prática clínica sinto mais conforto e segurança na robótica aos meus pacientes. Vejo isso como um processo que estamos caminhando como desbravadores para o futuro da cirurgia”, comenta Alexandre Amado Elias.

Em cirurgias revisionais, Paula Volpe trouxe dados sobre pesquisas que apontam que a cirurgia robótica vem ganhando espaço na prática médica.

“Precisamos entender que a tecnologia está aqui para ajudar. A cirurgia robótica é mais uma ferramenta na cirurgia bariátrica. Em cirurgias revisionais, estudos mostram uma menor morbidade e complicações com o uso do robô. Só vai conseguir utilizar essa tecnologia em cirurgias revisionais aqueles cirurgiões que se dedicarem nos casos convencionais e no dia a dia”, explica a cirurgiã.

No ponto de vista de Thomas Szego, a cirurgia robótica é uma laparoscopia que utiliza os braços do robô mas ainda não é o momento para afirmar que é a melhor ferramenta.

“Tudo o que vamos inovar é em prol de nossos pacientes. A cirurgia robótica traz vantagens e confortos ao cirurgião, mas o custo ainda é um empecilho. A geração que está por vir vai aprender com o robô. Vamos utilizar de forma adequada o futuro tecnológico que se apresenta”, comenta Szego.

Gestão e Tendências em Cirurgia Bariátrica

Outro curso que apresentou novidades e expectativas sobre o futuro é o inédito Gestão e Tendências em Cirurgia Bariátrica. Entre os temas apresentados estão a “Internet das Coisas”, novos modelos de remuneração, qualificação profissional, uso de mídias sociais, entre outros.

Sobre a Internet das Coisas, Tiago Frigini, apresentou as inúmeras possibilidades de formas como aparelhos podem auxiliar no acompanhamento e cuidados com os pacientes.

“Aspectos clínicos podem ser monitorados através de dispositivos com sensores como relógios que monitoram diversos fatores da saúde do paciente. A Internet das Coisas também pode estar em todos os processos. O atendimento virtual foi regulamentado durante a pandemia e acredito que se mantenha após este período, claro, respeitando à vontade de cada paciente e profissional”, conta Frigini.

Sobre a gestão dos serviços de saúde, César Luiz Lacerda Abicalaffe deu uma aula sobre novos modelos de remuneração, valor e custos com foco nos bons resultados e desfechos dos pacientes. Segundo ele, a saúde deveria buscar uma gestão que priorize explicitamente os desfechos em saúde que são importantes para os pacientes, em relação aos seus custos.

“A estrutura de remuneração pode não facilitar as ações necessárias para melhorar a qualidade da atenção à saúde e pode, da mesma forma, frustrar ações deste tipo. É necessario uma reforma profunda no modelo de remuneração onde quem fornece os serviços e tecnologias precisarão assumir parte do risco financeiro da responsabilização pelo cuidado”, explica Abicalaffe.

 

XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica

Data: 11 a 13 se novembro

Local: Expo Transamerica

www.congressobariatrica.com.br

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