Psicologia

Por que preciso passar com um psicólogo antes da cirurgia de obesidade?

A cirurgia exige do paciente modificações alimentares, psicológicas, comportamentais e de estilo de vida tanto no momentos pré quanto pós cirúrgicos. Passar pelo psicólogo no pré operatório é tão importante quanto passar por outras especialidades, pois cada uma delas é parte imprescindível da avaliação e preparo global exigidos pelo tratamento.

Qual o papel da psicologia no pré-operatório?

Avaliação e preparo do paciente e sua família para a cirurgia e para a vida depois da cirurgia.

Para que serve a avaliação psicológica?

O objetivo principal da avaliação psicológica é identificar e tratar alterações psicológicas e ou aspectos emocionais que possam prejudicar o sucesso do tratamento, bem como ajudar o paciente a compreender a sua forma de se alimentar no presente e ao longo dos anos além da influência do seu estilo de vida sobre sua saúde.

Como ocorre o preparo psicológico para a cirurgia?

Nas consultas, além das orientações e informações sobre a cirurgia bariátrica (técnica cirúrgica, riscos e complicações, benefícios esperados, mudanças provocadas, consequências físicas, emocionais e sociais); são trabalhadas com o paciente, formas mais saudáveis para lidar com a obesidade e também com as questões emocionais envolvidas no processo de mudanças de hábitos.

Para que serve o preparo psicológico para a cirurgia?

Para facilitar a participação ativa e adesão ao tratamento (pré e pós-operatório), promover expectativas realistas e reflexões sobre as transformações que ocorrerão após a cirurgia bariátrica a curto, médio e longo prazo.

Preciso comunicar a minha família sobre a cirurgia?

A família possui um papel muito importante durante todo o tratamento. Assim recomenda-se a comunicação aos familiares que mais influenciam o processo do paciente para que os mesmos possam receber atendimento psicológico também. Na assistência psicológica oferecida a pacientes e familiares, o psicólogo avalia e trabalha: a estrutura e o funcionamento da família, o apoio prestado pelos familiares, a satisfação do paciente com esse apoio, as informações e expectativas dos familiares. Pontos privilegiados, pois os familiares tanto podem sabotar a cirurgia como oferecer importante auxílio ao paciente e à equipe de saúde.

É possível atendimento psicológico no momento da cirurgia e durante a hospitalização?

Sim. A atuação do psicólogo durante o trans-operatório objetiva minimizar a angústia e ansiedade do paciente e seus familiares favorecendo a expressão dos sentimentos, auxiliando na compreensão da situação vivenciada, proporcionando um clima de confiança entre o paciente e equipe de saúde, facilitando a verbalização das fantasias advindas do processo cirúrgico.

Quais as complicações psicológicas mais frequentes depois da cirurgia?

Nos primeiros 15 dias a ansiedade é pertinente, dado ao fato de que o emagrecimento almejado ainda não ocorreu, ocorre a privação alimentar principalmente de açúcares que têm papel fisiológico importante sobre o humor e há certa limitação física. Nos próximos 15 dias, permanece a privação da mastigação, que têm importante função na descarga da agressividade (morder, cravar os dentes é uma descarga motora importante para seres providos de dentes). Dependendo de cada um, pode haver comportamento explosivo e humor irritativo ou até mesmo certo isolamento social. Se o quadro persistir, há necessidade de tratamento.

Preciso fazer acompanhamento psicológico após a cirurgia?

O acompanhamento psicológico no pós operatório é também parte da assistência multidisciplinar, fundamental para a promoção de saúde mental e prevenção de agravos. Assim as intervenções do psicólogo contribuem para a adaptação do paciente e sua família ao novo estilo de vida e às mudanças no padrão alimentar, na forma corporal, na vida social; no manejo de demandas relacionadas ao emagrecimento, como autoestima, autoimagem, assertividade; e na promoção do desenvolvimento de estratégias para lidar com problemas como ansiedade e estresse relacionadas ou não ao tratamento cirúrgico. Ao longo do acompanhamento, paciente e profissional podem ainda identificar a necessidade de outros cuidados em saúde mental como tratamento psicológico e ou psiquiátrico.

A obesidade é um problema psicológico?

Não. A obesidade é uma doença que vem acompanhada de uma série de complicações da saúde global do indivíduo e de outras doenças. É comum que o indivíduo apresente pressão arterial alta, dores cervicais, bem como ansiedade, agitação psicológica e até sintomas depressivos. A compreensão de como os estados de humor afetam ou são afetados pela doença obesidade é algo importante e alvo do acompanhamento psicológico.

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