Lei sancionada em 31 de outubro institui a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e da Assistência Integral à Pessoa Diabética que prevê insulina e outros medicamentos aos diabéticos, bem como a cirurgia bariátrica e metabólica nos casos mais graves da doença
O plenário do Senado Federal promoveu uma sessão especial de conscientização sobre o diabetes nesta quinta-feira (7). A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) parabeniza a iniciativa e esteve presente para prestigiar o evento, sendo representada pelo presidente do Capítulo Brasília, Luiz Fernando Córdova.
A sessão, presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e requerida pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), reforça a campanha intitulada “Novembro Diabetes Azul”. O Dia Mundial do Diabetes foi definido pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial da Saúde como 14 de novembro, em 1991.
“Foi um evento dedicado a discutir a importância do combate ao diabetes e controle da glicemia na população. Foram propostas novas políticas governamentais para a prevenção do diabetes e ampliação do acesso ao tratamento. Aproveitamos o contato com os senadores para falar sobre a importância da cirurgia bariátrica e metabólica no tratamento do diabetes”, comenta Córdova.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Marcos Leão Villas Bôas, a ação vem de encontro a Campanha Vida Nova Metabólica, lançada pela SBCBM pela democratização do acesso à cirurgia metabólica no País.
“Parabenizamos a SBD e o Senado pela iniciativa. A Sociedade está buscando todo o apoio necessário, dentro e fora da classe médica, para que as autoridades, agências e ministério da Saúde se sensibilizem com a questão do diabetes e as graves complicações que essa doença pode causar quando é controlada corretamente”, diz Marcos Leão.
Durante a sessão, a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Hermelinda Pedrosa, comemorou a sanção da lei que instituiu a Política Nacional de Prevenção do Diabetes e da Assistência Integral à Pessoa Diabética. Segundo o texto da lei, publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 31 de outubro, o Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fornecer insulina e outros medicamentos aos diabéticos, bem como cirurgias, como a cirurgia bariátrica e metabólica, nos casos mais graves da doença.
“Contamos com o apoio desta Casa para que possamos educar e apoiar as iniciativas preventivas para que essas pessoas possam ter uma vida digna, sem complicações e com boa qualidade”, discursou.
> Cirurgia metabólica: uma nova perspectiva para o paciente com diabetes tipo 2
O presidente da Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (Fenade), Fadlo Fraige, lembrou que o diabetes mata mais do que todos os cânceres juntos mais a aids. “Isso é uma bomba relógio que vai explodir em dez anos nos hospitais”, declarou.
Os números também foram pauta do discurso da presidente da Frente Parlamentar Mista no Combate à Diabetes, a deputada federal Flávia Morais (PDT-GO). “Sabemos que uma em cada duas pessoas que sofrem com a doença não é diagnosticada”, afirmou.
DADOS – No mundo existem cerca de 425 milhões de pessoas com diabetes. No Brasil, a estimativa é que 16 milhões de pessoas convivam com a doença. De acordo com o Atlas do Diabetes, esse número tende a aumentar mais de 150% até 2035. Os especialistas consideram que o Diabetes tipo 2 será a próxima epidemia global, pelo número de novos casos e a dificuldade no controle da doença em uma parcela dos pacientes.
Vale considerar que a obesidade é um fator de risco para o diabetes. Uma pesquisa do Ministério da Saúde indicou que entre os anos de 2006 e 2016 foi registrado um aumento de 61,8% nos casos de diabetes no país. Em paralelo, o número de casos de obesidade cresceu 60%.