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A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), juntamente com entidades médicas de todo o Brasil que atuam no combate à obesidade, estão defendendo a taxação de produtos açucarados.

“Juntamente com entidades como a Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e em total consonância com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a SBCBM assinou um posicionamento conjunto com outras 15 sociedades, entidades e institutos para a adoção de uma tributação específica para essas bebidas”, afirmou o presidente da SBCBM, Fábio Viegas.

Outro documento pede ainda a implementação de medidas regulatórias proibindo a publicidade de alimentos ultraprocessados voltada ao público infantil.

DADOS 

Estudos apontam que o consumo exagerado de açúcar contribui demais para um cenário preocupante: seis em cada dez brasileiros adultos estão acima do peso — 25% têm obesidade, ficando então predispostos a outras DCNTs (doenças crônicas não transmissíveis), como o diabetes e a hipertensão arterial. Esse consumo é alavancado pelo hábito de tomar bebidas açucaradas. Estima-se que o alto consumo de bebidas açucaradas levaria a um aumento de cerca de 5,8 bilhões de dólares nos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS).

Além do crescimento da obesidade, a pandemia também contribuiu para o consumo de alimentos altamente calóricos e para o aumento de peso da população. Recentemente a pesquisa Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período.

 

INFÂNCIA EM ALERTA

Poucos fazem ideia, mas, entre as crianças brasileiras com obesidade, 10% dos casos são atribuídos ao consumo de bebidas açucaradas. Isso significa nada menos do que 205 mil meninos e meninas com obesidade por causa de refrigerantes, sucos de caixinha e outras bebidas com açúcar adicionado.

Quando olhamos para o sobrepeso, então, estamos falando de 721 mil crianças que se encontram nessa condição em função principalmente do consumo excessivo desses produtos.

SOBRE A TAXAÇÃO

Estima-se que adotar um imposto entre 20% e 50% sobre bebidas adoçadas reduziria o consumo desses produtos entre 19% e 49%; aumentaria a arrecadação de tributos pelo governo entre R$ 4,7 bilhões e R$ 7 bilhões por ano, com impacto positivo sobre o Produto Interno Bruto entre R$ 2,4 bilhões e R$ 3,8 bilhões; e geração de 69 a 200 mil empregos, a depender da alíquota e da alocação destes recursos para saúde.

SOBRE O POSICIONAMENTO

Por essas e por outras, a SBCBM defende a adoção de uma tributação específica para produtos açucarados com a máxima urgência.

As entidades que assinam o documento são: Aliança de Controle do Tabagismo (ACT); Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE); Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN); Associação Brasileira para o Estuda da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso); Associação Médica Brasileira (AMB); Conselho Federal de Nutrição; Federação Latino-Americana de Obesidade (FLASO); Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC); Instituto Desiderata; Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM); Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEN); Sociedade Brasileira de Hepatologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); Todos Juntos contra o Câncer e World Obesity Federation (WOF).

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