A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em conjunto com o Capítulo da SBCBM de Minas Gerais, promoveu neste sábado (08), em Belo Horizonte, uma reunião para discutir a revisão dos honorários médicos no estado.
O projeto – intitulado “Comissão Técnica em Defesa dos Honorários Médicos” – é coordenado pelo Departamento Médico da SBCBM, que está percorrendo o país para debater o tema. O objetivo é mobilizar os cirurgiões e trabalhar pelo reajuste dos honorários médicos, conforme a realidade de cada estado.
De acordo com o diretor do Departamento Médico da SBCBM, Dr. Marcos Leão, o Capítulo de Minas Gerais é o segundo em número de cirurgiões bariátricos no país.
“No entanto, estes cirurgiões são os que recebem uma das menores remunerações. A expectativa é que seja criada uma frente de trabalho para garantir o andamento deste processo e o avanço nas negociações com as fontes pagadoras”, contou Marcos Leão.
Realidade do Estado – Ao todo, Minas Gerais conta com 170 profissionais associados a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica.
O presidente da Associação Médica de Minas Gerais e 2o presidente nacional da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Lincoln Lopes Ferreira, falou sobre o papel da AMB na defesa dos honorários.
“O Brasil conta com 426 mil profissionais de medicina e as entidades médicas tem um papel fundamental na defesa das causas dos médicos”, disse. Segundo ele, Minas Gerais possui em seus 856 municípios, mais de 30 convênios diferentes e cerca de 66 cooperativas médicas. “Cada cooperativa possui um regimento diferenciado. Com isso, é cada vez mais necessário um projeto conjunto da AMB, Conselho Federal de Medicina (CFM), Sociedades de Especialidades Médicas e outras, em busca de uma remuneração mais digna”, reforçou Lincoln.
A presidente do Capítulo da SBCBM de Minas Gerais, Dra. Galzuinda Maria Figueredo Reis, explica que este é o primeiro encontro da Sociedade na região.
“Em Minas existe uma situação de honorários complexa, tendo em vista que apenas um plano de saúde domina 50% do mercado”, relatou. “Isso dificulta a negociação e precisamos estar unidos para propor ações”, completou Galzuinda.
Já médico mineiro, Marcelo Girundi, secretário executivo da SBCBM, acredita que a reunião representa um marco de organização da classe pela valorização do cirurgião bariátrico. “A cirurgia bariátrica cresceu muito em Minas Gerais do ponto de vista profissional e tecnológico e está na hora do cirurgião ser reconhecido pelo que ele tem feito ao longo dos anos”, defendeu Marcelo.
Exemplos em outros Estados – Dois estudos de casoforam apresentados na reunião. O cirurgião curitibano, José Alfredo Sadowski, falou sobre o trabalho realizado no Paraná que garantiu o aumento dos honorários pagos aos médicos pelo procedimento de gastroplastia. Ele contou que a Unimed no Paraná é responsável por 70% do mercado, com um histórico de negociações sem resultados.
“Após quatro meses de trabalho, 19 reuniões, laudos e propostas conseguimos um aumento importante no pagamento dos custos da gastroplastia e da videolaparoscopia”, informou José Alfredo.
O advogado, Adriano Argones, de Salvador, falou sobre a legislação em cooperativas médicas, carga tributária e honorários médicos.
A SBCBM – O presidente da SBCBM, Caetano Marchesini, falou sobre os programas e ações em andamento nos primeiros 180 dias de trabalho da sua diretoria. Entre as novidades estão, o novo site da Sociedade, o Barilive, Baribook, acesso a publicações científicas, a central de publicações – responsável por receber e publicar trabalhos científicos dos cirurgiões, o núcleo de Treinamento em endoscopia e o registro nacional de cirurgias bariátricas.
“Estas iniciativas estão acontecendo de forma integrada e visando sempre o fortalecimento da SBCBM como referência científica mundial no tratamento da obesidade mórbida”, declarou Marchesini.