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Dr Carina RossoniA obesidade  é definida como uma doença metabólica e neuroendócrina, resultado da interface entre o ambiente obesogênico e a predisposição genética como fator intrínseco (HALPERN; et. al, 2010).  De acordo com a Organização Mundial da Saúde, caracteriza-se como um acúmulo excessivo de gordura corporal  a qual está relacionada com inúmeros prejuízos significativos para saúde do indivíduo (ALVES et al, 2001; OMS, 2004; SBCBM, 2013; ).

Nos Estados Unidos, estima-se que dois terços da população apresentam sobrepeso e obesidade, já na América Latina e Caribe acordo com os dados do relatório Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) publicados recentemente, mais da metade da população Brasileira está com sobrepeso e a obesidade já atinge a 20% das pessoas adultas.

O crescente aumento do sobrepeso e da obesidade são explicados sob alguns aspectos devido ao crescimento econômico, a urbanização e as mudanças nos padrões do consumo alimentar(FAO-OPAS, 2017).

As mudanças nos padrões do consumo alimentar apontadas no relatório, destacam que as famílias têm deixado de consumir pratos tradicionais, e aumentado a ingestão de alimentos ultra processados e de baixa qualidade nutricional (FAO-OPAS, 2017).

Esse padrão alimentar inadequado é um dos quatro motivos de deficiência de micronutrientes, digo vitaminas e minerais, nos portadores de obesidade. Os demais dizem respeito as alterações metabólicas: interferência do tecido adiposo na concentração de vitaminas lipossolúveis (K, A, D, E), inflamação crônica e hipercrescimento bacteriano (Stein et al, 2014).

Um paradoxo abordar as deficiências nutricionais em indivíduos portadores de obesidade, uma vez que estes possuem um consumo calórico excessivo, entretanto sabe-se que não através de alimentos saudáveis, como: frutas, legumes, leites e derivados, cereais integrais, peixes e outras fontea de alimentos proteicos com um alto valor nutricional e que contribuem na oferta de maior parte de vitaminas e minerais da dieta (Xanthakos, 2009).

As principais deficiências apresentadas pelos portadores de obesidade mórbida no período pré operatório, são:

ü  Cálcio e vitamina D: 25 à 80%

ü  Vitamina A: 15%

ü  Vitamina C: 16%

ü  Vitamina B12: 3%

ü  Magnésio: 19%

ü  Ferro: 9%

Uma grande preocupação do Nutricionista Clínico e Bariátrico, uma vez essa grave condição de saúde –  deficiências de vitaminas e minerais – no pré operatório persistirá após a cirurgia (Flancbaum et al, 2006).

Dessa forma, faz-se necessário que o tratamento nutricional pré operatório proposto supra as deficiências através da adoção de bons hábitos alimentares e de vida, e da suplementação de vitaminas e minerais de acordo com as recomendações que atendam às necessidades nutricionais de cada indivíduo.

Cabe à nós, estimularmos a produção e o consumo de alimentos frescos, seguros e  nutritivos; assim como desencorajar ao  consumo diário de alimentos ultra processados que são ricos em açúcar, gordura e sal, pelos portadores e não portadores de obesidade.

Somente desta forma, conseguiremos combater a fome oculta, prevenir ao desenvolvimento da obesidade e oportunizar o tratamento adequado aos indivíduos portadores desta grave doença crônica.

Obesidade não têm cura, mas têm tratamento!  Conte sempre conosco!

Nutr. Dra. Carina Rossoni

Doutora em Clínica Cirúrgica FAMED PUCRS

Membro Efetivo COESAS SBCBM

Bariatric Specialist Care  SRC

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