O segundo dia do XXIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, que acontece no Riocentro (RJ), conta com programação em cinco salas, além da Praça e do Espaço Jardim Botânico e, entre os temas debatidos nesta quinta-feira (26), está o impacto da imunonutrição na cirurgia bariátrica, que foi abordado na plenária principal durante a manhã.
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo e chefe de Cirurgia do serviço da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Antônio Carlos Ligocki Campos, o sucesso da bariátrica depende da boa indicação, da melhor técnica e acompanhamento pós operatório, mas também das medidas adotadas antes da cirurgia, em um período de quatro a seis semanas.
“Sabemos que existe a hora certa de operar, em um estágio adequado para o paciente. Não é antes da necessidade – quando outros tratamentos podem ser efetivos – e nem depois que o paciente já tem uma série de complicações”, ressalta. “A partir da indicação do procedimento até a data agendada para a bariátrica existe um período que deve ser bem utilizado, com uma avaliação nutricional adequada, pois sabemos que a desnutrição é um caso complexo e também abrange os pacientes obesos, o que estabelece um grande desafio quando este precisa da cirurgia”.
O paciente deve realizar uma série de exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais, além de passar em consulta com os profissionais obrigatórios como cardiologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista antes da cirurgia.
Os especialistas avaliam, entre outras questões, a composição corporal de forma completa, considerando a massa magra, gordura e tecido ósseo. O paciente com obesidade e baixo índice muscular se enquadra em um caso de sarcopenia. “Geralmente é aquele que não consegue subir um lance de escadas, que apresenta cansaço breve”, explica o cirurgião.
Adotar hábitos alimentares saudáveis e a prática regular de atividades físicas, além de cortar o tabagismo são essenciais nesse período.
Segundo o cirurgião Antônio Campos, essas medidas de cuidado levam o paciente a uma recuperação precoce. “Parar de fumar reduz em até 50% as complicações relacionadas a este hábito, como infecção e fístula. Controle glicêmico e uma revisão feita pelo médico de todos os medicamentos utilizados pelo paciente e suas possíveis interações é indispensável”.