Cirurgia Metabólica Multidisciplinar Obesidade Notícias Imprensa Cardiologia Cirurgia Bariátrica

Prevenção e controle dos fatores de risco é a grande chave para combater a obesidade e suas doenças associadas que correspondem a 72% dos óbitos no Brasil; cirurgia bariátrica é o método mais eficaz no combate à obesidade mórbida e suas doenças associadas

 

Incentivar a prática regular de exercícios e atividades físicas desde cedo é uma das chaves para prevenir doenças cardiovasculares.
Incentivar a prática regular de exercícios e atividades físicas desde cedo é uma das chaves para prevenir doenças cardiovasculares.

De acordo com dados do Ministério da Saúde das seis doenças que mais matam no País, por ordem, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, pneumonia, diabetes, violência e hipertensão, quatro estão relacionadas à obesidade. As duas primeiras afetam diretamente o sistema cardiovascular. Sabendo-se que mais da metade dos brasileiros estão com sobrepeso e obesidade este é um quadro preocupante tanto para o momento atual quanto para o futuro, uma vez que o sobrepeso não tratado evolui para obesidade.

 

“À medida que a população começou a ganhar peso iniciou-se uma verdadeira guerra contra os alimentos gordurosos, mas essa batalha acabou estimulando o consumo de outros alimentos com muitas calorias e açúcar, o que acabou criando uma epidemia de obesidade nos adultos e principalmente nas crianças”, conta o Dr. Mauricio Wajngarten, professor docente em cardiologia da FMUSP e diretor da unidade de promoção de saúde e envelhecimento do Incor-Instituto do Coração, em São Paulo.

 

Além do perigoso cenário de obesidade esse consumo exacerbado de açúcar teve como consequência o aumento do número de diabéticos, fator de risco para o sistema cardiovascular. “O diabetes para os vasos sanguíneos é uma condição muito ruim, pois promove o entupimento dos vasos por aterosclerose, tendo como consequências infartos, derrames isquêmicos e doença vascular periférica”, explica Dr. Mauricio.

 

A obesidade também se associa ao aumento da pressão arterial, que se acentua com a idade. De fato, produtos do metabolismo da glicose contribuem para o endurecimento das grandes artérias que repercute com elevação da pressão sistólica, elevando riscos de infartos e derrames.

 

Para o Dr. Josemberg Campos, presidente da SBCBM – Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o atual quadro mundial corrobora para que a cirurgia bariátrica se consolide como o método mais eficaz no combate à obesidade mórbida. “Além da perda de peso a cirurgia possibilita o controle de doenças associadas como diabetes, hipertensão, diminuição das complicações cardiovasculares relacionadas ao peso excessivo, entre tantos outros problemas. Isso confere ao paciente a melhora da autoestima e consequentemente sua ressocialização, já que o obeso, em geral, ainda sofre muita discriminação”, diz o presidente.

 

A obesidade é um fator de risco para diversas doenças que afetam o coração, como a hipertensão e o diabetes tipo 2.
A obesidade é um fator de risco para diversas doenças que afetam o coração, como a hipertensão e o diabetes tipo 2.

Coração do obeso
O coração do indivíduo obeso sofre uma série de problemas com o excesso de peso. A gordura em volta do órgão, considerada de origem ruim para o organismo, aumenta o risco de entupimentos arteriais ao mesmo tempo em que os altos níveis de açúcar no sangue podem causar o endurecimento do músculo cardíaco dificultando o desempenho adequado do coração.

 

Tratamento e prevenção
A combinação de uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos é a maneira mais recomendada para o controle do peso e dos fatores de risco que podem desencadear o surgimento de diversas doenças. O tratamento da obesidade também pode ser feito, em alguns casos, com a combinação de medicamentos, assim como, em último caso, com a realização da cirurgia bariátrica. Seja qual for o método utilizado para o emagrecimento, as placas de gordura que estão depositadas nas artérias do coração permanecerão lá, porém numa condição estável que oferece menor perigo.

 

“A placa é um órgão vivo que pode inflamar, crescer, romper e liberar produtos de dentro dela que facilitam o entupimento da artéria, isso é o infarto. Quando tratamos os fatores de risco a chance dessa placa sofrer inflamação diminui. Ela estará ali, mas oferecerá menor risco de causar problemas. Com isso, as chances de eventos adversos no coração diminuem consideravelmente”, salienta Dr. Mauricio Wajngarten.

 

Fotos: Uconn Rudd Center / Visual Hunt

To top