O STAMPEDE (Surgical Therapy and Medications Potentially Eradicate Diabetes Efficiently) é o primeiro estudo randomizado e controlado feito para analisar os resultados de tratamentos cirúrgicos (cirurgia bariátrica e metabólica) e clínicos do diabetes tipo 2.
Pesquisadores da Cleveland Clinic, centro médico e acadêmico localizado nos EUA que conduziu o STAMPEDE, selecionaram 150 pessoas com diabetes tipo 2 para receberem tratamento para a doença e serem acompanhadas por cinco anos. Foram feitos três grupos com 50 integrantes:
– O primeiro foi submetido a tratamentos clínicos de ponta, com aconselhamento, mudanças de estilo de vida e medicamentos;
– Outro grupo foi submetido a um tratamento que combinou o procedimento de gastrectomia vertical (sleeve) e medicamentos;
– O terceiro grupo passou um tratamento com associação de gastroplastias com desvio intestinal em Y-de-Roux (by-pass gástrico) e medicamentos.
Os resultados mostram que os grupos cirúrgicos obtiveram controle glicêmico, perda de peso consistente e redução de medicamentos para diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Após cinco anos, os efeitos metabólicos do tratamento cirúrgico se mantêm e são efetivos no tratamento da doença em obesos moderados ou severos.
A diabete pode causar falência renal, cegueira e amputação de membros. A maioria dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico combinado aos medicamentos (88%) atingiu e manteve níveis de glicose no sangue aceitáveis. A principal complicação reportada pelos pesquisadores da Cleveland Clinic foi a ocorrência de fístulas gástricas que exigiu reoperações para converter a gastroplastia vertical (sleeve) em by-pass gástrico.
Apenas pacientes com IMC acima de 40 ou superior a 35, desde que tenham ao menos duas comorbidades, podem ser indicados para a cirurgia no Brasil. O STAMPEDE, no entanto, avalia os efeitos dos tratamentos em pacientes diabéticos com IMC entre 27 e 34 em cinco anos.
Resultados deste e de outros estudos começam a mostrar que a cirurgia bariátrica e metabólica pode ser mais uma alternativa terapêutica para o tratamento do diabetes tipo 2. É preciso ressaltar que a avaliação da indicação cirúrgica deve ser criteriosa ter os prós e contras analisados com profundidade para cada paciente.
Com informações do Conscienhealth, Cleveland Clinic, The American Journal of Managed Care e MedicalXpress
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