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A obesidade, uma doença multifatorial, vem crescendo ano a ano. Paralelamente a isto, aumenta também a porcentagem de indivíduos inativos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global e atribui-se 3,2 milhões de mortes por ano à atividade física insuficiente.

A cirurgia bariátrica tem inequívocos benefícios e é custo efetiva, mas o comprometimento e envolvimento do paciente com as mudanças de hábitos de vida são fundamentais. Estes pacientes, além das doenças metabólicas associadas à obesidade, encontram-se, no pré-operatório, com uma baixa condição cardiorrespiratória, muitas limitações osteomusculares e  uma baixa adesão aos programas de exercícios físicos.

No pós-operatório, mesmo com a perda substancial de peso proporcionada pela cirurgia, não conseguem ter um aumento significativo nos níveis de atividades físicas. A literatura nos trás que o principal fator desta baixa adesão é a falta de motivação. Estes pacientes precisam ser estimulados a reduzir o tempo total gasto em atividades sedentárias e intercalar sessões curtas de atividade física entre períodos de atividades sedentárias, independente dos seus hábitos de exercícios físicos. Isto nos reporta a importância da inserção de um profissional de educação física junto as equipes de cirurgia bariátrica.

A supervisão do programa de exercícios físicos deve ser realizada por um professor de educação física, pois isto além de promover uma maior adesão também reduz os riscos que podem ser ocasionados pelo exercício físico em pessoas que já apresentam riscos elevados de eventos adversos coronarianos e limitações músculo-esqueléticas, como é o caso destes pacientes tanto no pré como no pós operatório. Além disso, o programa de exercícios físicos deve ser abrangente, com atividades que melhorem a condição cardiorrespiratória, resistência física, força e função neuromotora.

Portanto, é recomendado que indivíduos se envolvam em níveis adequados de atividade física e que esse comportamento seja mantido para a vida toda. Estimular, conscientizar e educar essa população de indivíduos com obesidade mórbida para a prática de exercícios é fundamental como parte do tratamento da obesidade e isso precisa fazer parte dos programas de cirurgia bariátrica.

Prof. Dra Rejane Marcon é Educadora Física e Presidente do Núcleo de Saúde Física e Reabilitação da SBCBM

 

 

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