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Especialistas associados a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) falaram no  Barilive, desta quinta-feira (25), sobre  o que deve ser feito para que os pacientes mantenham os resultados obtidos pela cirurgia bariátrica.

Estavam presentes os cirurgiões bariátricos Felipe Rossi e Wilson Canteiro e a nutricionista Aline Ferrite.

Após a cirurgia alguns pacientes podem voltam a ganhar peso e outros não voltam a ganhar. “Isso, na maioria das vezes tem relação com o abandono do tratamento. O paciente se empolga com os resultados iniciais, com perda de peso acentuada, e acham que não precisam mais voltar”, afirmou o Dr Wilson Canteiro.

Após toda operação é esperado que o paciente perca peso e então tenha um reganho de até 10% do peso mínimo que ele ganhou, o que é considerado normal. Se chegar a 20% ou 25% ascende uma luz de alerta.

O primeiro ano do pós-cirúrgico é o mais preocupante para o paciente, de acordo com o cirurgião Felipe Rossi. “Ocorre uma perda de peso rápida e uma fase de ‘lua de mel’”, conta.  “Aí o paciente acredita que ele não vai voltar a ganhar peso e volta a comer de maneira errada, sem fazer exercícios e acha que vai continuar magro. Isso não é verdade”, alertou Felipe Rossi.


Acompanhamento nutricional – O acompanhamento com a nutricionista é essencial tanto para evitar o reganho de peso quanto para ter bons índices nutricionais. “É necessário fazer uma reeducação alimentar desde o início do pós-operatório. No período da dieta líquida e pastosa é mais difícil, mas é preciso manter uma alimentação natural e completa com hábitos saudáveis para ter sucesso na cirurgia”, afirmou a nutricionista. “Consumir calorias vazias como fast food fazem com que o paciente sinta fome o tempo todo e coma cada vez mais, beliscando coisas não saudáveis durante o dia”.

 

No primeiro mês o paciente passa por acompanhamento semanal com o cirurgião bariátrico, depois a cada 30 dias, por dois meses, e depois a cada seis meses. Com a nutricionista, o retorno deve ser mensal no início e, depois, a cada seis meses.  “É importante que a equipe como um todo abrace o paciente de maneira em que qualquer distúrbio possa ser controlado antes de ser um prejuízo em relação ao resultado da cirurgia”, disse Canteiro.

Mastigação – Depois da cirurgia o espaço do alimento dentro do estômago é menor. ‘A mastigação é essencial, deixa o paciente mais satisfeito, tritura melhor o alimento e evita problemas digestivos no pós-operatório”, explicou Aline. Uma avaliação prévia da saúde bucal é importante para garantir a boa mastigação e alimentação do paciente.

Apoio familiar  – Para Canteiro, com a extrema mudança de hábitos após a cirurgia é preciso o apoio da família. “Que o incentiva a fazer uma atividade física, muda junto os hábitos alimentares e incentivam a ir a consulta, mesmo quando o paciente não quer”.  A perda de peso ocorre de forma diferente para cada paciente e deve ser calculado de forma personalizada.

Cirurgia revisional  – Alguns pacientes têm indicação de passar por cirurgia bariátrica revisional devido a necessidade de alteração na técnica aplicada ou em casos específicos de reganho de peso. “Os pacientes precisam entender que a segunda cirurgia é mais complexa. Se você tem um problema psicológico grave que levou  a ter um reganho de peso é importante que faça o acompanhamento com a psicóloga para tratar essa causa. É  preciso tratar a base do problema”; afirmou Canteiro.

Felipe afirma que o tratamento multidisciplinar é extremamente necessário. “Eu exijo que o paciente faça o acompanhamento com a equipe multidisciplinar e comece a perder peso antes da cirurgia revisional para que possamos usar a operação como final do tratamento, já com novos hábitos de vida”.

Importância dos exercícios físicos – Com o emagrecimento o paciente também perde massa muscular. “A atividade física no pós operatório melhora a qualidade cardiorrespiratória do paciente, ajuda a queimar gordura e a manter massa magra, evitando que o paciente fique com as pernas e braços muito magros”, disse Canteiro.

Felipe afirmou que os pacientes são operados para ter um efeito duradouro. “Eles precisam entender que a cirurgia não é feita para durar apenas um ano e meio, que é o tempo que vai emagrecer sem exercícios físicos, os pacientes precisam mudar os hábitos para não voltar a ganhar peso como ganhavam antes da cirurgia”.

A obesidade é uma doença crônica, que não tem cura. O estômago é um órgão elástico que terá uma distensão após a cirurgia. “A nossa alimentação vai determinar o quanto ele vai aumentar ou não, depende de nós dizer não à comida a partir do momento em que estiver saciados”, afirmou o cirurgião Canteiro.

As transmissões do Barilive acontecem pelo Facebook, sempre às 20 horas das quintas-feiras. A iniciativa da SBCBM tem como objetivo levar informação de qualidade sobre cirurgia bariátrica ao público.

O BARILIVE da próxima quinta-feira (02 de maio) vai abordar “Doenças do Estômago e Obesidade”.

 

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