Os efeitos da cirurgia bariátrica e metabólica no controle da hipertensão arterial foram debatidos nesta semana pelos cirurgiões Antônio Carlos Valezi e Carlos Aurélio Schiavon e pelo cardiologista Luiz Bortoloto em mais uma edição do Barilive.
A hipertensão é uma das principais causas de morte e atinge entre 20% e 35% da população adulta na América Latina. A doença, também conhecida como pressão alta, ocorre quando a pressão do sangue, causada pela força de contração do coração nas paredes das artérias para impulsionar o sangue para todo o corpo, se eleva. A elevação crônica de pressão sobre o sistema circulatório, com o passar dos anos, pode gerar uma sobrecarga no coração que tenta se adaptar inicialmente, porém, com o tempo, se torna dilatado e mais fraco.
De acordo com Bortoloto, a hipertensão é a maior doença crônica não transmissível e o principal fator de risco responsável pelas mortes no Brasil, o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Entre as principais causas para doença estão fatores genéticos e ambientais como o consumo em excesso de sal, sedentarismo, álcool, estresse repetitivo e obesidade.
“Cerca de 90% das pessoas que tem pressão alta não tem sintoma. Por isso é importante fazer a aferição pelo menos anualmente. Perder peso, fazer atividades regulares e dimunuir o sal na dieta podem trazer benefícios para o controle da doença”, comenta o cardiologista.
O estudo Gateway, conduzido por Carlos Aurélio Schiavon, apontou que a cirurgia bariátrica pode ser mais eficaz do que o uso de medicamentos isoladamente para o tratamento de pacientes com obesidade e hipertensão a longo prazo. A cirurgia bariátrica foi responsável pela remissão da hipertensão em 40,9% dos pacientes operados avaliados após um período de três anos, ou seja, eles mantiveram a pressão controlada sem o uso de medicamentos. Nos pacientes submetidos ao tratamento clínico, a remissão foi de 2,5%.
“A obesidade é um fator importante na piora do quadro de hipertensão, nós imaginamos que a cirurgia bariátrica poderia trazer um benefício já que a perda de peso é um fator indicado em pacientes hipertensos. Essa é mais uma possibilidade de tratamento para estes pacientes”, explica o Schiavon.
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