Educadores físicos se reuniram, nesta sexta-feira (28), durante o XXII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica para debater os impactos da prática de exercícios físicos no pré e no pós-operatório da bariátrica. Entre as vantagens destacadas pelos especialistas, além da perda de peso, está a redução da resistência insulínica e manutenção da massa magra.
De acordo com o educador físico e doutor em saúde e medicina humana, Dr. Clarcson Plácido (BA), a mudança no estilo de vida do paciente após a cirurgia é uma grande meta a se alcançar. “Precisamos pensar em diferentes modalidades esportivas e nos resultados de cada uma delas. É indispensável trabalharmos em uma atividade na qual o paciente tenha uma boa adaptação, pois ajuda a chegar nos melhores resultados, com adequada perda de peso no pós-operatório”.
Adotar hábitos alimentares saudáveis, como uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas é essencial para manter a perda de peso alcançada com a cirurgia, assim como uma melhor qualidade de vida.
O exercício deve ser pensado de forma adequada e individualizada, levando em consideração as capacidades de cada um. “Estamos falando de força e potência, flexibilidade e resistência. Com as devidas adaptações chegamos aos resultados almejados, como melhoria em parâmetros metabólicos, melhor densidade mineral óssea, redução da sarcopenia e melhora da resistência insulínica, além de reduzir os índices de infecção do organismo deste paciente.”.
A literatura também aponta a importância do treinamento de força, com melhoria do gasto energético em repouso e melhor controle do apetite.
O educador físico Alexandre Gadducci, mestrado em Gastroenterologia, ressaltou mais benefícios. “Falamos também no menor índice de reganho de peso após a cirurgia, além do aumento da força muscular, maior perda de peso e manutenção/ganho de massa magra, evitando casos de sarcopenia que é a fragilidade óssea, com alto potencial na ocorrência de fraturas”.
PANDEMIA DA OBESIDADE – O estudo Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, em 2021, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%.
Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período.
A obesidade já foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia. Estudos apontam que 88,1% da população terá sobrepeso ou obesidade até 2060.
CONGRESSO – O XXII Congresso de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, acontece no Centro de Convenções Salvador, em Salvador (BA), entre os dias 27 e 29 de outubro.
Durante os três dias de evento, cerca de 2.500 profissionais de saúde – entre cirurgiões, nutricionistas, educadores físicos, psicólogos e psiquiatras – irão debater novas tecnologias e avanços no tratamento da obesidade durante o evento.