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Marina Kurian, cirurgiã, pesquisadora e presidente da ASMBS, nos Estados Unidos, trouxe à tona uma discussão importante que envolve a cirurgia bariátrica e o uso de novos medicamentos para controle do peso. A conferência refletiu sobre as principais drogas em uso no mercado, seus resultados e como podem ser indicadas no dia a dia do cirurgião bariátrico para melhorar o sucesso do tratamento de seus pacientes.

Durante a palestra, Marina destacou que não há medicamentos que promovam o controle da obesidade, como as cirurgias bariátricas. Segundo a especialista, as novas drogas prometem benefícios notáveis, mas reforça que a cirurgia ainda supera em termos de perda de peso e controle da doença no longo prazo.

“Além da perda de peso, a cirurgia é ótima e promove, em média, 40% de redução dos eventos cardiovasculares, apresenta uma melhora para diabetes tipo 2. Também não há dúvida de que a cirurgia tem um impacto significativo na saúde dos pacientes, especialmente quando se trata de condições como diabetes tipo 2”, explica.

No entanto, Kurian observa que o uso desses medicamentos pode ser benéfico em combinação com a cirurgia nos casos em que o paciente não evolui dentro da meta planejada em uma abordagem integrada que prioriza o bem-estar do paciente. “Temos que examinar as drogas e evitar a recorrência de peso. Vamos usar os medicamentos para aumentar o sucesso de cirurgia”, enfatiza ela.

Custo-benefício também precisa ser considerado

A presidente da ASBMS também avaliou o alto custo da manutenção do tratamento com uso de medicamentos e apresentou os valores das principais drogas em uso nos Estados Unidos. “O custo financeiro da cirurgia bariátrica é baixo se pensarmos que é para toda a vida, enquanto os melhores medicamentos disponíveis custam caro e vão gerar custos contínuos por toda a vida”, explica.

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Em última análise, Marina Kurian destaca que “o futuro é uma pílula amarga”. Os medicamentos têm seu lugar, mas, como ela pondera, “será que essas medicações vão resolver?”. Nesta questão, ela reforça que a obesidade e o controle de peso são desafios multifacetados que exigem uma abordagem multidisciplinar.

Por fim, a pesquisadora incentiva que os cirurgiões passem a considerar o equilíbrio entre a cirurgia bariátrica e os novos medicamentos como uma forma de atender às necessidades individuais dos pacientes. A colaboração entre cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas e outros especialistas em controle da obesidade pode ser a chave para alcançar resultados saudáveis e sustentáveis no curto, médio e longo prazo.

Congresso reúne mais de 2 mil especialistas no Rio

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) realiza nesta semana, entre os dias 25 e 27 de outubro, o 23º do seu Congresso nacional com mais de 2 mil participantes confirmados. O evento conta com 303 palestrantes, sendo 16 internacionais, que debatem sobre as principais técnicas de cirurgia bariátrica e metabólica, cirurgias endoscópicas, plataformas de cirurgias minimamente invasivas como a robótica e a videolaparoscopia, indicação de medicamentos, jornada de pré e pós-operatório, além dos debates que envolvem a equipe multidisciplinar nas áreas de psiquiatria, psicologia e educação física.

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