Notícias Notícias Destaque

 

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) reuniu na noite desta quinta-feira (30) o cirurgião bariátrico Luiz Vicente Berti, o psiquiatra Hélio Tonelli e a psicóloga Loreta Capassi para discutir sobre o tema “Compulsão alimentar: o antes e o depois da cirurgia bariátrica” no Barilive.

A compulsão alimentar é caracterizada por episódios de descontrole, quando o paciente acaba comendo muito mais que qualquer outra pessoa comeria em um intervalo curto de tempo. De acordo com os especialistas, para ser diagnosticado, os episódios de compulsão acontecem em intervalos de duas horas, uma vez por semana, em um período de três meses.

Segundo o psiquiatra Hélio Tonelli, a cirurgia bariátrica não pode ser relacionada ao surgimento de comportamentos compulsivos e que esses traços podem e precisam ser identificados ainda no período pré-operatório.

“A tendência à compulsividade é uma variável psicológica muito complexa. Seria ingenuidade acreditarmos que a cirurgia bariátrica cria a compulsividade em um indivíduo que não a tem. Ela pode ativar e deteriorar em um indivíduo que já tem esse problema”, explica o psiquiatra. “Ninguém tem culpa de ser obeso. Se você percebe alguma coisa no seu comportamento alimentar que você considera uma compulsão, procure um profissional da Saúde Mental. Só ele poderá classificar e tratar isso”, comenta Tonelli.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica recomenda que todos os pacientes, antes de realizarem a cirurgia, sejam avaliados por especialistas na área da psicologia ou psiquiatria.

A psicóloga Loreta Capassi reforça que os pacientes precisam se abrir sobre esses sintomas  de comportamento ainda na fase pré-operatória para que o problema seja diagnosticado e tratado antes da cirurgia bariátrica.

“É importante para nos sabermos tudo o que o paciente sente. Assim conseguimos saber se ele tem compulsão. De repente ele já bebia e hoje ele tem uma compulsão por álcool, por exemplo. O paciente precisa contar pra gente no pré-operatório”, alerta Loreta. “O importante é ter consciência que a cirurgia é um tratamento e que estamos aqui para auxiliar o paciente. Não tenha medo do psicólogo e do psiquiatra. O nosso papel é ajudar e se essa relação for sincera e direta não tem como o tratamento não dar certo”, afirma.

Segundo os especialistas, as compulsões diagnosticadas e que não recebem o tratamento adequado no pós-operatório podem prejudicar o tratamento a médio e longo prazo e causar a recidiva da obesidade.

É importante que o paciente perceba que está mudando de hábitos e de comportamentos. Qualquer tipo de comportamento adictivo, dependência química, dependência comportamental, jogo patológico, compra patológica, deve ser informado à equipe multidisciplinar.

“Existem vários trabalhos que dizem que pessoas que têm os melhores resultados são aqueles que continuam com o acompanhamento [multidisciplinar] no pós-operatório”, finaliza Luiz Vicente Berti.

To top