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O Barilive – transmissão ao vivo pela página do Facebook da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica  (SBCBM) – reuniu o cirurgião bariátrico Felipe Rossi e as nutricionistas Sílvia Leite e Daniéla Magro para discutir sobre a abordagem nutricional na recidiva da obesidade, na noite desta terça-feira (24). O bate-papo contou com a participação dos internautas.

Segundo Daniéla Magro, pós-doutorada em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas Unicamp e pesquisadora do Departamento de Cirurgia da Unicamp, é comum que o paciente ganhe até 10% do peso mínimo alcançado. “Se o paciente ganha mais de 20% do menor peso atingido e apresenta comorbidades (hipertensão, dislipidemia, diabetes, etc) ou se apresenta 20% e 50% de reganho é um paciente que precisa de um cuidado especial”, esclarece.

A especialista é autora de um estudo, a ser publicado neste mês, que acompanhou 980 pacientes bariátricos durante 10 anos. A pesquisa aponta que os pacientes que conseguem estabilizar o peso até cinco anos pós-cirurgia não vão apresentar a recidiva de peso. “O que você aumentou dos dois aos cinco anos, você mantém dos cinco aos dez anos. [Quem não ganhou até os cinco] não vai ganhar. Isso mostra o quanto a cirurgia bariátrica a longo prazo é efetiva para manutenção da perda do peso”, destaca Daniéla.

A nutricionista Sílvia Leite, PhD em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília e coordenadora de projeto de pós-doutorado na área de nutrição e cirurgia bariátrica, destaca a importância do acompanhamento com nutricionistas após a cirurgia bariátrica. Ela afirma que as consultas auxiliam o paciente a manter o peso e evitar maus hábitos e que a ingestão de alimentos ricos em proteína são fundamentais para o sucesso do tratamento. “Uma refeição sem proteína, para o paciente bariátrico, vai dar fome em uma ou duas horas depois”, garante. Estudos mostram que quando o consumo de proteína é fracionado entre as refeições, o paciente consegue manter o nível do nutriente e com isso a massa magra e por consequência o metabolismo mais rápido, de acordo com a especialista.

Dietas – Questionadas sobre as dietas radicais, as especialistas foram firmes em dizer que a reeducação alimentar é o caminho correto e afastaram qualquer possibilidade de sucesso com o uso de dietas restritivas e “milagrosas”.

“Eu investigo os erros… ingestão de bebida alcoólicas, alimentos hipercalóricos e desequilibrados. [O paciente] precisa ser monitorado mais de perto. O que for radical não vai dar certo. Ele não mudou os hábitos e a gente precisa intervir no que está mais errado e ir retirando aos poucos”, afirma Daniéla.

“A gente precisa entender onde o paciente está falhando ou com dificuldade em manter uma alimentação saudável. Muitas vezes isso não vai vir apenas em uma consulta. As mudanças têm que ser gradativas. Se a dieta for muito radical vai aumentar a ansiedade. Precisa ser personalizada”, esclarece Sílvia.

Proteína para vegetarianos e veganos – Internautas aproveitaram o Barilive para tirar dúvidas durante a transmissão. Uma das questões esclarecidas pelos profissionais foi sobre o consumo de proteínas para pacientes vegetarianos e veganos.

De acordo com Sílvia Leite, existem grupos de proteínas de origem animal e vegetal e cabe ao nutricionista indicar a melhor fonte do nutriente. “É preciso uma combinação certa para atingir a quantidade correta”, diz. Soja, feijão, lentilha, grão-de-bico são alimentos ricos em proteína.

A especialista também cita a suplementação com proteína vegana em pó. “Tem barrinhas de proteína que são gostosas, tem pó e iogurtes”, diz. Porém, Sílvia destaca que a vitamina B12 não está presente em vegetais e será necessário um acompanhamento específico neste sentido.

Próxima edição – Excepcionalmente, por conta do feriado do Dia do Trabalhador, na próxima terça-feira (1º) não teremos Barilive. Na semana seguinte, no dia 8 de maio, o tema será “a importância da mastigação na cirurgia bariátrica”. A transmissão é ao vivo na página da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) no Facebook.

 

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