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O tratamento da obesidade será discutido entre os dias 04 a 07 de outubro, no Centro de Convenções de Florianópolis, por mais de 1,5 mil profissionais que atuam na área – entre cirurgiões bariátricos, nutricionistas, fonoaudiólogos, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos, psiquiatras, endocrinologistas e outras especialidades. Eles participam do XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

“Nos últimos 10 anos, a obesidade no Brasil aumentou em 60%, segundo o mais recente estudo do Ministério da Saúde, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Caetano Marchesini. Ele lembra que a obesidade tornou-se a doença adquirida que mais preocupa os pesquisadores no mundo, se tornando uma questão de saúde pública.

De acordo com a SBCBM, entre os anos de 2008 a 2016, o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil cresceu 136%.

A cirurgia bariátrica é indicada para pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC)acima de 40 kg/m², para pacientes com IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades e IMC entre 30 e 35 que tenham comorbidades classificadas como “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença.

DADOS – Ademanda pela cirurgia bariátrica pelo SUS, em 2015, era de 3,5 milhões de cirurgias. Entre os anos de 2008 e 2016, 53 mil pacientes tiveram acesso garantido à cirurgia bariátrica pelo SUS.

Um estudo realizado por um centro de referência em cirurgia bariátrica do SUS avaliou que o tempo médio de espera para um paciente ter acesso ao procedimento cirúrgico é de 24,7 meses. Nesse período, 12% dos pacientes ganharam peso. O número de medicamentos prescritos também aumentou de 1,3 para 2,3 no período de espera.

Outro estudo nacional, comparou a diferença nos custos e na efetividade em casos de realização imediata da cirurgia bariátrica após a indicação médica e em casos de espera para a realização da cirurgia.

“A cirurgia realizada imediatamente após sua indicação é a estratégia mais barata e efetiva, se comparada ao seu adiamento em um, dois, quatro e sete anos. Isso porque ela contribui para a cura ou remissão de diversas doenças associadas à obesidade como, por exemplo, a hipertensão, problemas nas articulações, coluna e diabetes tipo2”, enfatiza Marchesini.

Apenas no Brasil são gastos anualmente cerca de R$500 milhões pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para tratar pacientes diagnosticados com Diabetes tipo 2 e doenças associadas, conforme estudo da Universidade de Brasília (UNB) e Ministério da Saúde.

 O CONGRESSO – Entre os temas de destaque no cenário nacional e internacional que serão debatidos no XVIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica estão novas proposições de técnicas cirúrgicas, a cirurgia bariátrica em idosos, cirurgia em adolescentes, tratamento em superobesos, cirurgia bariátrica pelo SUS, a cirurgia metabólica em casos de Diabetes, alimentação pré e pós-cirurgia bariátrica, atividade física e reabilitação, assim como a saúde mental do paciente pré e pós-cirurgia.

Durante o Congresso também serão realizadas cirurgias bariátricas ao vivo.

“Neste ano a programação está focada na cirurgia revisional, cirurgia para o Diabetes e inovações tecnológicas”, conta o presidente da Comissão Científica do Congresso, Alexander Morrel.

ESTUDO INÉDITO – Na quinta-feira (05), às 12h30, será apresentado durante o Congresso, os resultados de um estudo científico inédito no Brasil sobre os resultados da cirurgia bariátrica.

A pesquisa foi realizada entre os meses de março a maio de 2017, com 201 pacientes operados há mais de cinco anos e em diferentes regiões do Brasil.

De acordo com o cirurgião bariátrico responsável pelo estudo, Luiz Vicente Berti, que também é vice-presidente executivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o objetivo da pesquisa foi avaliar hábitos e atitudes de operados e entender os resultados ao longo dos anos.

Entre os quesitos avaliados na pesquisa estão o perfil dos pacientes operados como faixa etária, sexo, escolaridade e estado civil, a satisfação dos entrevistados após 5 aos de cirurgia, o pós-operatório da cirurgia e se houve ganho de peso, remissão de doenças associadas à obesidade atendimento por planos de saúde e estilo de vida antes e depois da cirurgia bariátrica.

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