Antes da cirurgia: o tratamento clínico
O endocrinologista é o especialista que o paciente com obesidade procura inicialmente em busca de tratamento. Os pacientes com sobrepeso (IMC > 25 kg/m2) com doenças associadas ou com obesidade (IMC > 30 kg/m2) possuem indicação para iniciar o tratamento clínico que inclui as mudanças de estilo de vida e na grande maioria dos casos o uso de medicamentos.
O tratamento clínico determina uma perda de peso média de 10% do peso corporal, que pode ser maior ou menor de acordo com a resposta individual. A perda de 5% do peso já é suficiente para melhorar as doenças associadas à obesidade. Para aqueles pacientes que apresentem IMC > 35 kg/m2 com doenças associadas ou 40 kg/m2, quando o tratamento clínico bem orientado durante um período de 2 anos não surte o resultado satisfatório pode estar indicada a cirurgia bariátrica.
É importante que o paciente faça o seguimento clínico regularmente pelo período de 2 anos para que, por ocasião da indicação da cirurgia bariátrica, o médico disponha dos seus dados de seguimento para fornecer informações ao cirurgião, bem como no caso de solicitação de laudos quando os pacientes utilizarão recursos de saúde suplementar.
Próximo da cirurgia: o controle de comorbidades
Pacientes que apresentem doenças associadas, como diabetes melito tipo 2, muitas vezes precisam de um controle melhor das mesmas antes do procedimento cirúrgico, com o objetivo de reduzir o risco de complicações. Em algumas situações são realizadas intervenções mais rígidas para que o paciente perca peso antes da cirurgia, o que pode facilitar o procedimento e em alguns casos reduzir o risco de complicações no pós-operatório.
Após a cirurgia
O monitoramento das deficiências nutricionais, a avaliação da resolução de comorbidades e a prevenção da recidiva da obesidade.
A cirurgia bariátrica diminui a absorção de minerais e vitaminas que, quando não repostas adequadamente pode levar a quadros graves e até mesmo irreversíveis de complicações nutricionais. A reposição de vitaminas e minerais é simples e deve ser monitorada pelo endocrinologista com um seguimento periódico.
Medicamentos para doenças associadas devem ser cuidadosamente revistos, pois pode haver melhora rápida de algumas dessas doenças. Muitos deles são suspensos ou têm suas doses reduzidas, mas algumas vezes precisam ser mantidos.
A obesidade é uma doença crônica, progressiva e recidivante. O cuidado no manejo de uma alimentação balanceada, de acordo com o tempo de pós-operatório, para prevenir, de um lado a desnutrição protéica, e de outro a recorrência da obesidade (e algumas vezes do diabetes) deve ser uma constante no acompanhamento dos pacientes.