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O XXIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica promoveu na manhã desta quarta-feira (25), primeiro dia de evento, o curso “desafios e avanços na cirurgia bariátrica robótica”, com o objetivo de promover a atualização científica dos congressistas sobre essa tecnologia.
A plataforma robótica permite a realização de cirurgias minimamente invasivas em casos complexos e reduz o risco de complicações dos procedimentos. Segundo representantes do setor no mercado, foram realizadas 27 mil cirurgias com o auxílio do robô no Brasil, em 2022. A alta em relação a 2021 é de 12,5%, quando foram feitas 24 mil robóticas no país.
Para o cirurgião bariátrico e palestrante Luiz Alfredo Vieira de Almeida (RJ), a atuação com a robótica exige do médico dedicação e estudo contínuo. “Para atuar com essa tecnologia é preciso se dedicar. Sabemos que a forma de acesso que o robô oferece para a bariátrica e a metabólica é considerada ideal, permitindo alta performance e melhores resultados ao paciente”. Ele apresentou palestra com o tema “Como superar a curva inicial de aprendizado na robótica”.
O robô oferece ao cirurgião uma visão ampliada e em 3D da área a ser operada, além de ter maior precisão e permitir movimentos que a própria mão humana não é capaz de realizar.
Carlos Domene, uma das referências nacionais em cirurgia robótica, ressaltou que existiram profissionais que conseguiram visualizar, há mais de 100 anos, como seria a cirurgia robótica atualmente. “O futuro da medicina no Brasil deve envolver a cirurgia à distância, por telemedicina, a tecnologia deve nos permitir avaliar resultados cirúrgicos de forma imediata enquanto elas acontecem e as novas plataformas exigem para melhorar os nossos resultados”, ressaltou.
Ainda segundo Domene o cirurgião do futuro deve dominar a técnica e um ecossistema “que é responsável por aumentar a segurança e oferecer os melhores resultados. A robótica está dentro deste ecossistema”, afirmou.
Todas as técnicas de cirurgia bariátrica e metabólica podem ser feitas através de técnicas minimamente invasivas, como é o caso da cirurgia robótica. Entre os benefícios que oferece ao paciente está o tempo de recuperação reduzido, menores incisões e redução no risco de infecção pós-operatória.
Fábio Almeida Santos (SE), cirurgião bariátrico que atua com a robótica, ressaltou os benefícios para os super obesos. “São casos mais graves, pacientes com fígado maior e diversas complicações que tornam a cirurgia mais complexa. Para o robô, a falta de espaço e cavidades abdominais mais profundas não são um problema para possibilitar a cirurgia e ele permite mais delicadeza nos movimentos, precisão e redução na força que o cirurgião precisa aplicar no procedimento”.
A plataforma também oferece mecanismos de segurança que paralisam os braços do robô em casos de movimentos bruscos ou inesperados e permite avaliar a vascularização dos órgãos durante o procedimento.
Ana Carolina Batista Dantas, cirurgiã de São Paulo, ressalta o perfil de segurança da robótica. “A cirurgia é feita com mais delicadeza e movimentos mais finos. É ideal principalmente em casos mais desafiadores, pacientes com cirurgia revisional, com IMC muito alto, acima de 50, com doenças específicas, hérnias de parede abdominal, ou seja, aquela cirurgia que é mais difícil tecnicamente”, ressalta.
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HABILITAÇÃO PARA ROBÓTICA
De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina a robótica robótica pode ser realizada em hospitais capacitados para atender alta complexidade e por pelo menos dois cirurgiões. Um no console e outro no campo cirúrgico.
Para ter a habilitação adequada é necessário realizar o curso teórico, treinamento com simuladores, acompanhamento de cirurgias robóticas como auxiliar e realizar as primeiras cirurgias com o instrutor ou tutor.
O EVENTO
O XXIII Congresso de Cirurgia Bariátrica e Metabólica é o maior da área em toda a América Latina e acontece entre os dias 25 e 27 de outubro, no Riocentro, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
São cerca de 2 mil cirurgiões reunidos, sendo 303 palestrantes, destes, 16 são internacionais.