Termos, índices e tabelas mais utilizadas em cirurgia da obesidade.

Obesidade: É uma alteração da composição corporal, com determinantes genéticos e ambientais, definida por um excesso relativo ou absoluto das reservas corporais de gordura, que ocorre quando, cronicamente, a oferta de calorias é maior que o gasto de energia corporal, e que resulta com frequência em prejuízos significantes para a saúde.

Comorbidade: Estado patológico causado, agravado ou cujo tratamento/controle é dificultado pela presença do excesso de peso ou que apresente cura/controle com a perda ponderal.

Cirurgias da Obesidade (Cirurgias Bariátricas): Conjunto de técnicas cirúrgicas, com respaldo científico, com ou sem uso de órteses, destinadas à promoção de redução ponderal e ao tratamento de doenças que estão associadas e/ou que são agravadas pela obesidade.

Índice de Massa Corpórea (IMC): índice utilizado para se relacionar peso e altura.

Calculado pela fórmula: I.M.C. = peso (kg) / altura2 (m)

Tabela de IMC*

São usuais as seguintes denominações:

  • Obesidade grau I: obesidade leve
  • Obesidade grau II: obesidade moderada
  • Obesidade grau III: obesidade grave ou mórbida
  • Paciente com IMC acima de 50: superobesidade

 

Peso ideal: Definido a partir da Tabela da Metropolitan Life Fundation (MLF).

Excesso de Peso (EP) = Peso atual – Peso ideal

Porcentagem do Excesso de Peso (EP) = (Excesso de Peso x 100) / Peso Ideal

Fórmula das Tabelas da MLF:
Tabelas de Peso e Altura da Metropolitan Life Fundation (1983):
Referências mais utilizadas para a caracterização de comorbidades:
Critérios para Síndrome Metabólica(SM)
(3 ou mais critérios = SM)
*Novas referências para América Latina (2)

Diabetes mellitus tipo 2

Glicemia de jejum = 126mg/dl (2 amostras de dias diferentes), ou glicemia = 200mg/dl após teste de tolerância oral com 75 g de glicose, ou já estar em uso de medicação para tratamento do DM2.

Intolerância a glicose (pré-diabetes)

Glicemia pós teste de tolerância oral com 75 g de glicose entre 140 – 200mg/dl.

Glicemia de jejum alterada (pré-diabetes)

Glicemia de jejum entre 100 – 125mg/dl.

Dislipidemias

  • Hipertrigliceridemia
    Triglicerídeos =150 mg/dl, ou em uso de medicação específica;
  • HDL baixo
    HDL < 40 mg/dl em homens ou < 50 mg/dl em mulheres;
  • Hipercolesterolemia
    Colesterol total = 200 mg/dl ou colesterol LDL = 130 mg/dl, ou em uso de medicação específica.

Hiperuricemia

  • Ácido úrico > 8,0 mg/dl em homens ou > 7,0 mg/dl em mulheres, ou histórico de crise de gota e/ou em tratamento medicamentoso.

Esteatose hepática (Doença hepática gordurosa não alcoólica) e Esteatohepatite não alcoólica.

  • Esteatose: Aumento dos depósitos de gordura dos hepatócitos na ausencia de doença viral ou alcoólica;
  • Esteatohepatite nao alcoólica: as mesmas alteraçoes, associadas a infiltrado inflamatório lobular, com ou sem áreas de necrose e graus variados de fibrose (diagnóstico por biópsia).

Hipertensão Arterial Sistêmica

  • Pressao sistólica = 140 mmHg e/ ou Pressao diastólica = 90 mmHg, ou em uso de tratamento anti-hipertensivo.

Doença Arterial Coronariana

  • Confirmada pela presença de alteraçoes isquemicas em ECG de esforço, ou cintilografia miocárdica de estresse, ou ecocardiograma de estresse, ou cineangiocoronariografia.

Síndrome dos ovários policísticos
Critérios revisados em 2004 (Presença de 2 de 3 critérios).

  • Oligomenorréia e/ou anovulaçao.
  • Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo, excluindo outras etiologias de hiperandrogenismo como hiperplasia congenita adrenal, tumores secretores de androgenios e síndrome de Cushing.
  • Ovários policísticos caracterizados pelo exame ultrassonográfico padronizado, ou seja, presença de pelo menos um dos seguintes achados: 12 ou mais folículos medindo entre 2-9 mm de diâmetro ou volume ovariano aumentado (>10 cm3). Caso se constate a presença de um folículo dominante (> 10 mm) ou de corpo lúteo, o exame ultrassonográfico deverá ser repetido no próximo ciclo.

Apneia Obstrutiva do Sono

  • Sonolência diurna importante e/ou roncos com paradas na respiração testemunhada por acompanhante.
  • Estudo Polissonográfico – Diagnóstico de apneia obstrutiva do sono:
    Apneia leve: índice apneia-hipopnéia 5 -19 episódios/ hora, e/ou saturação mínima de O2 80 – 90%
    Apneia moderada: 20 – 49 episódios/ hora e/ou saturação mínima 70 -79%
    Apneia Grave: > 50 episódios/ hora e/ ou saturação mínima < 70%
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