Cirurgião Phillip Schauer, dos Estados Unidos, conduziu o estudo.
No último mês de fevereiro, no New England Journal of Medicine, resultados de cinco anos de um trial randomizado e controlado mostraram que cirurgia bariátrica é seis vezes melhor que o tratamento médico intensivo para controlar o diabetes mellitus tipo 2. É isso mesmo. Seis vezes melhores as chances de sucesso após cinco anos. Sem cirurgia, os resultados foram dramaticamente piores.
Este estudo, conhecido como estudo STAMPEDE, randomizou 150 pacientes com diabetes tipo 2 e excesso de peso para tratamento médico intensivo, cirurgia de sleeve ou cirurgia de bypass gástrico em Y de Roux. O status do peso desses pacientes cobriu uma larga extensão. Alguns tinham apenas um pequeno excesso de peso, com o IMC tão baixo quanto 27 kg/m2. Alguns tinham obesidade grave com IMC tão alto quanto 43 kg/m2.
Após cinco anos, somente 5% dos pacientes com tratamento médico intensivo tinham o seu diabetes sob controle com uma HbA1c abaixo de 6%. Entre os pacientes de bypass gástrico, 29% tiveram o seu diabetes sob controle após cinco anos. Para os pacientes de sleeve, o número foi um pouco menor – 23%. Mas esta diferença não foi estatisticamente significativa. Ambas as cirurgias foram melhores que o tratamento medicamentoso intensivo.
Mesmo entre os pacientes com IMC mais baixo (27 – 34 kg/m2), os pacientes cirúrgicos alcançaram resultados significativamente melhores.
A cirurgia provou ser superior de outras formas também. Com cirurgia, as pessoas mantiveram um peso mais saudável, tomaram menos medicamentos e aproveitaram uma melhor qualidade de vida. Pessoas no grupo cirúrgico relataram menos dor e melhor saúde geral que pessoas no grupo de tratamento medicamentoso. Anemia leve foi o único efeito adverso mais comum no grupo de pacientes cirúrgicos.
A evidência a favor da cirurgia em pessoas com excesso de peso e diabetes tipo 2 dificilmente poderia ser mais clara. Diabetes tipo 2 devasta o corpo e diminui a vida. E, entretanto, as pessoas que poderiam se beneficiar ainda hesitam. Uma razão é que a ameaça é um pouquinho mais distante. As complicações e sofrimentos que o diabetes irá causar são eventos futuros e abstratos. Os custos e riscos da cirurgia são imediatos e intimidantes.
Encaradas com um custo imediato para um benefício futuro, as pessoas precisam de uma garantia de que o negócio seja bom. Profissionais de saúde poderiam ser a fonte dessa garantia. Mas numa pesquisa recente feita pela Medscape, endocrinologistas e médicos de assistência primária falaram que eles recomendam cirurgia bariátrica para apenas 12 – 14% dos seus pacientes com obesidade. Alguns são apenas lentos para serem alcançados e recuperarem o tempo perdido. Outros não querem ser incomodados com os fatos. Manter-se com profundos preconceitos e culpar o paciente é mais fácil.
Clique aqui para acessar o estudo STAMPEDE, conduzido pelo cirurgião Phillip Schauer e outros investigadores dos Estados Unidos e publicado neste mês de fevereiro pela The New England Journal of Medicine.
Fonte: Portal Saúde Metabólica