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Presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica apresentará projeto de lei estadual no Paraná para incluir informações didáticas em rótulos de alimentos industrializados; iniciativa pioneira servirá como modelo para projeto de lei federal

 

rotulagem1-2Incluir informações mais didáticas nos rótulos de produtos industrializados pode contribuir para a redução nos índices de obesidade no Brasil. Isso é o que defende o presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) 2017-2018, João Caetano Marchesini. O cirurgião paranaense apresenta nesta quarta-feira (16), na Assembleia Legislativa do Paraná, um Projeto de Lei que dispõe sobre a diferenciação tributária e rotulagem para alimentos gordurosos e industrializados no estado.

 

A iniciativa é pioneira no país e servirá como modelo para um Projeto de Lei que deverá ser apresentado em âmbito nacional como forma de combater o avanço da obesidade no Brasil.

 

Todo o texto do Projeto de Lei possui embasamento científico. Caetano Marchesini coordenou uma equipe de especialistas – da área médica e da nutrição e que atuam como pesquisadores em Universidades do Paraná – em um estudo que mostrou como a rotulagem de produtos pode levar as pessoas a fazerem escolhas mais saudáveis na hora de consumir produtos. Durante a apresentação o presidente eleito da SBCBM também mostrará os dados e as consequências econômicas da obesidade.

 

O trabalho resultou na elaboração de selos de identificação diferenciados, conforme o teor de nutrientes contidos em alimentos industrializados e embalados líquidos e sólidos. São quatro cores de selos que – de acordo com a quantidade de açúcares, gordura total, gordura saturada, sódio e fibras – pode ser dourado (para um produto saudável), chegando até ao selo vermelho (que faz um alerta para o consumo).

 

rotulagem1-1ALERTA – Segundo Marchesini, a obesidade está diretamente associada, na maioria dos casos, ao aumento da ingestão de energia e ao alto consumo de alimentos ultraprocessados.

 

“A interpretação de rótulos e informações nutricionais de alimentos embalados deve ser facilitada para que a população possa fazer escolhas autônomas, saudáveis e adequadas”, defende o médico. “Vamos apresentar um estudo cientifico que comprova a mudança na escolha das pessoas quando elas são alertadas de que determinado alimento não faz bem à saúde”, conta Marchesini.

 

O médico explica que os alimentos ultraprocessados devem ser evitados, pois são ricos em gorduras e açúcares, contém quantidades excessivas de sódio, além de alto teor de gorduras saturadas e hidrogenadas para estender a duração na prateleira, intensificar sabor, cobrir sabores indesejáveis dos aditivos e das substâncias geradas pelas técnicas utilizadas em sua fabricação.

 

“Além disso, os alimentos ultraprocessados são pobres em fibras, vitaminas, minerais e outras substâncias que estão naturalmente presentes nos alimentos in natura e minimamente processados como, por exemplo, os grãos, verduras, legumes e frutas”, reforça Marchesini.

 

Trajetória – Caetano Marchesini possui estudos publicados em revistas internacionais e capítulos escritos em livros. Além disso, coordena um dos principais cursos para formação de novos cirurgiões bariátricos do Brasil e da América Latina. Marchesini contribuiu com a formulação de Projetos de Lei para o combate à obesidade no Paraná e no Brasil e, atualmente, continua atuando com equipe de pesquisas para reduzir a obesidade entre jovens e crianças.

 

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