Pacientes de diferentes regiões do Brasil e do mundo participaram nesta quinta-feira (27), do Barilive – programa transmitido ao vivo pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) pelas redes sociais e que abordou como a cirurgia bariátrica e metabólica ajuda na remissão da hipertensão.
Muitos pacientes aproveitaram o tema do programa para contar a sua história. Foi o caso do, Antônio Barradas Gonçalves , que vive em Paris e eliminou 75 quilos com uma cirurgia bariátrica, realizada há três anos.
“Tive dois infartos e agora tá tudo normal não tenho sequelas no coração eliminei 75 quilos e estou muito feliz”, contou . Já Maria Angélica Schwars fez a cirurgia há sete anos “Estou ótima e tenho uma alimentação saudável e normal posso comer em pequenas quantidades de tudo”, disse.
Alex de Souza cotou que era hipertenso antes de operar e tomava muitos remédios. “Após a cirurgia minha pressão ficou normal (12X8) e nunca mais tomei remédio”, disse em sua participação no Barilive.
DEBATE – O Barilive sobre cirurgia e combate à hipertensão foi mediado pelo cirurgião bariátrico, Alexandre Elias, e contou com a presença do cardiologista Luciano Drager e do também cirurgião bariátrico, Carlos Aurélio Schiavon.
Ambos os convidados são responsáveis por um estudo que apontou na remissão da hipertensão em pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica e metabólica, via bypass gástrico. Foram analisados 100 pacientes no período de um ano. Metade tomou medicamentos e a outra metade passou pela cirurgia, sendo que todos tomavam remédios para hipertensão.
“Um anos depois, 80% dos que operaram reduziram em 30% o número e medicações que tomavam. Além disso, metade dos pacientes operado (51%) conseguiram manter a pressão controlada sem remédios”, explicou Schiavon.
Esse foi o primeiro estudo realizado com foco da redução da hipertensão com cirurgia bariátrica.
O cardiologista Luciano Drager, que também fez parte do estudo, destacou que, quanto mais precoce a cirurgia é indicada para uma pessoa obesa e hipertensa, melhor será o desfecho do paciente para a cura de doenças associadas.
“Paciente com IMC de 50 e diabetes já está no limite, com a possibilidade do pâncreas entrar em falência. Não é possível que o paciente precise chegar a este ponto para ser encaminhado pelos clínicos para a cirurgia bariátrica”, ressaltou.
O cardiologista explicou que a hipertensão pode ter predisposições hereditárias.
“Mas a falta de atividade física, ansiedade, alimentação inadequada caminham juntas com a predisposição. Obesidade é claramente um fator para hipertensão”, afirmou.
O cirurgião Alexandre Elias, lembrou ainda que, em casos de IMC acima de 35, caso de indicação da cirurgia metabólica para o tratamento da Diabetes Tipo2, os resultados da cirurgia são ainda mais eficientes. “No caso de paciente que é obeso, mas não tem obesidade mórbida, os resultados da cirurgia são ainda mais rápidos para a remissão de doenças associadas como Diabetes e Hipertensão”, afirma Elias.
Carlos Schiavon disse que a equipe de pesquisa está preparando para lançar, em breve, os resultados de três anos de análises dos pacientes acompanhados em seu estudo anterior e que serão divulgados sob outra perspectiva e em um período maior de pós-cirúrgico.