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As situações difíceis em cirurgia bariátrica foram discutidas no plenário do XX Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica na tarde desta quinta-feira (16). Estiveram na pauta de discussões as causas, diagnósticos e tratamentos das dores abdominais, hipoglicemia e a litíase biliar em pacientes operados.

A sessão contou com participação de Alexandre Vontobel Padoin, Guilherme Rocha Campos, Rodrigo Feitosa de Albuquerque Lima Babadopulos e o debate sob moderação de Marçal Rossi, Hamilton Belo de França Costa e Carlos Frota Dillemburg.

Segundo os especialistas, apesar do número cada vez menor de complicações e situações difíceis, os cirurgiões devem conhecer os sintomas e como tratar cada paciente de forma individualizada.

De acordo com Alexandre Vontobel Padoin, as dores abdominais crônicas passam pelo desafio de diagnosticar uma causa e elenca 15 principais possibilidades, entre elas colelítiase, intolerâncias alimentares, obstrução intestinal, dumping e hipercrescimento bacteriano. Padoin lembra que até mesmo os pacientes obesos não operados, cerca de 17%, se queixam de dores abdominais frequentes.

“A gente tem que considerar sempre um diagnóstico de exclusão. No caso do hipercrescimento bacteriano, por exemplo, se faz por teste respiratório que pode sugerir o diagnóstico ou por coleta em endoscopia no duodenal e jejuno e se tiver mais de mil colônias por ml vai ter o diagnóstico positivo”, comenta Padoin.

Rodrigo Feitosa de Albuquerque Lima Babadopulos comentou a litiase biliar em pacientes operados. Para ele, o uso de ácido ursodesoxicólico apresenta excelentes resultados no pós-operatório de cirurgia bariátrica para evitar o problema. 

“A recomendação, tanto da Sociedade Americana quanto da Sociedade Europeia, é de prescrição dessa substância em qualquer tratamento que implique em uma rápida perda de peso”, comenta. “A gente estudou um grupo controle e um grupo de tratamento. Dos 117 pacientes, 19 apresentaram cálculos. Sendo 1 no grupo que tomou a substância e os outros 18 no grupo que não tomou”, garante.

Guilherme Rocha Campos palestrou sobre pesquisas envolvendo casos de pacientes que apresentam hipoglicemia após a cirurgia bariátrica. Segundo o especialista, os casos de situações difíceis relacionadas com o Bypass Gástrico acontecem em menos de 1% dos pacientes, mas sintomas de hipoglicemia podem ser sentidos por até um terço dos pacientes.

“Se 1% é admitido no hospital, aproximadamente um terço é estimado que tenha sintoma de hipoglicemia apesar da maioria conseguir se dar bem sem um tratamento específico. O maior número de casos ocorrem em pacientes que não tinham diabetes no pré-operatório. O motivo é porque o paciente que não tem diabetes mantém a função pancreática preservada e depois que faz a operação, com alteração da resposta da insulina a glucose no intestino, existe uma maior capacidade de causar a hipoglicemia no pós-operatório”.

O Congresso

O XX Congresso de Cirurgia Bariátrica e Metabólica acontece entre os dias 15 e 18 de maio, na Expo Unimed, em Curitiba. O evento reúne cerca de 1.700 profissionais envolvidos no tratamento da obesidade, como cirurgiões bariátricos, nutricionistas, endocrinologistas, nutrólogos, fisioterapeutas, educadores físicos, psiquiatras e psicólogos, entre outros.

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