Os avanços obtidos no Brasil e no mundo na área da cirurgia bariátrica foram tema do Barilive – iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) com transmissão pelo Facebook, realizado nesta terça-feira (25).
Nesta semana, participou pela primeira vez o presidente da SBCBM e cirurgião bariátrico Caetano Marchesini, acompanhado do cirurgião bariátrico do Pará, Luiz Cláudio Chaves e o ex-presidente da SBCBM e cirurgião bariátrico, Luiz Vicente Berti.
Entre os principais avanços inicialmente citados estão o crescimento do acesso à informação sobre cirurgia bariátrica.
“A SBCBM conta hoje com um site completo. Também está presente diariamente nas redes sociais e tem criado novas ferramentas como, por exemplo, um aplicativo para o paciente – que está sendo desenvolvido e será lançado em dois meses e o próprio Barilive, que criamos em 2017 e já atingiu a marca de 50 programas, com mais de um milhão de espectadores alcançados”, destacou o presidente da SBCBM, Caetano Marchesini.
O Barilive acontece todas as terças-feiras, às 20 horas, com transmissão ao vivo pelo Facebook. Quem acompanhar pode mandar perguntas que serão respondidas ao vivo pelo convidados. A iniciativa da Sociedade visa informar a população sobre temas relacionados à cirurgia bariátrica.
Marchesini também lembrou da campanha Cirurgia Bariátrica com responsabilidade traz qualidade de vida, composta por sete vídeos destinados aos pacientes.
Avanços no procedimento – Segundo Chaves um dos avanços no procedimento é a operação de pacientes acima de 60 anos. Há anos atrás, a bariátrica era limitada para este público. “Limite de idade existe, inferior. O superior nós programamos o computador até 120 anos, ou seja, pacientes mais velhos podem sim fazer. Não é a idade, é a saúde do paciente que vai definir se vai poder fazer ou não”, afirmou.
Marchesini afirmou que algumas vezes o principal problema dos pacientes mais velhos não é diabetes ou hipertensão. “Muitas pessoas acima de 60 anos procuram os cirurgiões bariátricos , devido a falta de mobilidade e qualidade de vida ocasionadas pela obesidade”, disse.
Ele explica que a avaliação pré-operatória em pessoas acima de 60 anos é que deve ser mais rigorosa, levando em consideração o risco/beneficio, o método cirúrgico mais apropriado e os resultados de uma avaliação funcional utilizada especificamente pela geriatria e gerontologia.
“O quanto a perda de peso pode contribuir para a melhoria dos aspectos funcionais deve ser considerada na indicação ou não da cirurgia bariátrica no idoso”, ressalta Chaves. “O fato concreto é que cada vez mais pacientes acima de 60 anos, com obesidade severa, estão buscando o tratamento cirúrgico”, reforça.
Gastroplastia endoscópica – Outra dúvida dos pacientes foi em relação aos resultados da gastroplastia endoscópica – técnica em que o endoscopista literalmente costura o estômago criando um tubo gástrico. Neste formato, o estômago diminui seu volume e é criada uma restrição à quantidade de alimento ingerido
De acordo com o presidente da SBCBM a técnica da gastroplastia endoscópica é um procedimento novo, eficaz, porém seus resultados ainda são menos eficazes do que a cirurgia bariátrica. “É um procedimento feito por endoscopia. No entanto, exige anestesia geral, centro cirúrgico e durante o procedimento serão feitos pontos, mas não substitui a operação. Os resultados de uma cirurgia bariátrica são incomparáveis quando se colocam ao lado da gastroplastia”, explicou Marchesini.
Saúde x Estética – Os especialistas concordam que o principal objetivo da cirurgia não é estético, mas sim a melhoria da saúde e das doenças associadas à obesidade. “A beleza é consequência, uma cereja do bolo, mas não é o objetivo principal do cirurgião bariátrico”, disse Marchesini.
Chaves aponta em dois principais motivos para a realização das operações. “A restauração da saúde. A pessoa opera para reduzir o risco de vida; a expectativa média do Brasileiro está em torno de 74 anos e do obeso é algo em torno de 55 e 57. Ao diminuir o peso o paciente readquire a possibilidade de uma expectativa maior. A segunda causa é a qualidade de vida, todos aqueles que sofrem com obesidade sabem quais os problemas, como a dificuldade de mobilidade, por exemplo”, destacou.