A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) lançou, nesta segunda-feira (03), em São Paulo, as Diretrizes sobre a Colelitíase Associada à Cirurgia Bariátrica.
O objetivo do estudo é estabelecer recomendações na prática clínica para a prevenção e o tratamento da colelitíase.
O presidente da SBCBM, Caetano Marchesini, explica que o público-alvo são os cirurgiões bariátricos e equipe multidisciplinar envolvidos no tratamento de pacientes no Brasil, em curto e longo prazo.
“No Brasil, até o momento, não existem diretrizes clínicas direcionadas especificamente aos cuidados necessários em relação ao risco de desenvolvimento de colelitíase secundária à obesidade ou perda rápida de peso . Pouco mais de um terço dos pacientes podem desenvolver a doença depois da cirurgia ”, conta Marchesini que também é um dos autores do estudo.
O lançamento do estudo foi transmitido – de maneira inédita – pela internet, através da rede social da SBCBM, chamada Baritalk®. Capítulos regionais da Sociedade reuniram grupos de cirurgiões para acompanhar a transmissão nas cidades de João Pessoa, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Santos e Rio de Janeiro.
Durante a apresentação os cirurgiões puderam enviar perguntas sobre o tema. Todas as dúvidas foram respondidas online.
O que diz o estudo – A obesidade – assim como a rápida perda de peso está associada a múltiplos fatores fisiológicos, como a hipersaturação da bile com colesterol, aumento da produção de mucina e hipomotilidade da vesícula e divisão do ramo hepática do nevo vago , fatores que predispõe a ocorrência de colelitíase.
Estima-se que o risco de formação de cálculos na vesícula seja oito vezes maior em pessoas com Índice de Massa de Corporal (IMC) acima de 40.
Na tentativa de reduzir ou eliminar a formação de cálculo biliar, o estudo demonstrou que o ácico ursodesoxicólico (AUDC) pode ser um medicamento que auxilie no tratamento e prevenção de pacientes que apresentem alterações qualitativas e quantitativas da bile.
O projeto de pesquisa da SBCBM avaliou uso de ácido ursodesoxicólico (AUD) nos pacientes bariátricos, tendo em vista que eles passam por uma rápida perda de peso.
“O estudo apontou que o AUDC inibe a síntese hepática do colesterol e estimula a síntese de ácidos biliares restabelecendo o equilíbrio entre eles”, afirmou um dos autores do estudo, o diretor-executivo da SBCBM, Luiz Vicente Berti.
Segundo outro autor , o cirurgião Roberto Kaiser Junior , “ainda há questões a serem respondidas sobre a real eficácia do medicamento”. A Sociedade recentemente iniciou um estudo clinico prospectivo, randomizado e duplo com o medicamento para responder a estas questões. “ Este estudo em um ano deverá responder à questões ainda levantadas pelas diretrizes“, completou Marchesini, presidente da SBCBM.
Todo o material estará disponível aos associados da SBCBM na área restrita do site https://www.sbcbm.org.br/diretrizes/.