A cirurgia bariátrica em adolescentes foi tema do Barilive desta terça-feira (06), transmitido ao vivo pelo Facebook da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), direto de são Paulo.
Entre os palestrantes o diretor médico da SBCBM e referência em cirurgia bariátrica em adolescentes no Brasil, Marcos Leão e a endocrinologista de São Paulo, Josefina Matielli. O mediador do Barilive foi o cirurgião bariátrico, Tiago Szego, que esclareceu todas as dúvidas enviadas por pelos pacientes e profissionais que atuam no tratamento da obesidade.
Entre os temas abordados, a eficácia do tratamento com medicamentos para adolescentes, quando a cirurgia é recomendada, a importância dos pais para o sucesso do tratamento, riscos e benefícios, qual a melhor técnica cirúrgica para os jovens e recomendações pré e pós-operatório.
Marcos Leão falou sobre as consequências da obesidade nesta fase da vida. “Não é só o corpo que sofre com os quilos a mais. A obesidade, doença que afeta 20% da população brasileira, é um fator de risco para a saúde mental, podendo levar à depressão, ansiedade, estresse e problemas de autoestima, principalmente quando ela surge na infância e na adolescência”, disse Leão.
No Brasil, segundo dados do IBGE, 15% das crianças entre 5 e 9 anos e 25% dos adolescentes, têm sobrepeso ou obesidade. Sendo que em 95% dos casos a obesidade está ligada ao sedentarismo, alimentação inadequada e problemas familiares
A endocrinologista, Josefina Matielli, falou sobre a importância da avaliação antes do encaminhamento para a cirurgia. “É preciso ter a indicação do pediatra, do endocrinologista, a avaliação do psicólogo e do cirurgião”, lembrou Josefina.
Ela alertou para o fato de que o comprometimento dos pais no processo de tratamento dos filhos é fundamental. “Existem pais que sabotam a dieta, sendo que o comprometimento dos responsáveis contribui para a eficácia dos resultados. Além disso, segundo ela, o adolescente obeso não ficou obeso do nada e, após operado, ele começará a nadar contra a correnteza da família que até então participava da vida de um adolescente com obesidade mórbida. “Cirurgia não é mágica e o jovem precisará de muito apoio para manter os resultados da cirurgia efetivamente”, mencionou.
Leão ressaltou que a cirurgia promove a aceitação da autoimagem em um fase da vida que é única. “A aceitação da imagem corporal é essencial para o adolescente se sentir seguro no convívio entre seus amigos e na sociedade em geral. Quando isso não acontece, pode gerar problemas nas relações sociais, no processo de formação da identidade e, claro, na autoestima”, reiterou. “A cirurgia é uma ferramenta eficaz para mudar a vida do jovem em todos os aspectos. No entanto, o pré-operatório deve ser mais longo, assim como o acompanhamento do paciente”, ressalta Leão.
“A obesidade tem um componente emocional muito importante. Por isso, seu tratamento deve envolver, além de nutricionista e\ou endocrinologista e o acompanhamento com um psicólogo, principalmente para crianças e adolescentes”, finalizou.